REVISTA VBS: Traição: perdoar ou não perdoar? Eis a questão!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Traição: perdoar ou não perdoar? Eis a questão!

quinta-feira, setembro 26, 2013 |

Postado por REVISTA VBS |

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Você já passou por uma traição? (Foto: iStock)

Segundo pesquisas, aproximadamente 60% dos casais passam por uma crise que culmina numa "pulada de cerca" de alguma das partes do casal, ou quem sabe, até das duas e é bom destacar que em todas essas pesquisas as mulheres aparecem traindo com a mesma intensidade.

As mulheres e homens possuem maneiras diferentes de levar um relacionamento amoroso. E quando o assunto é traição, a ideia é a mesma. Os homens são incentivados desde sempre a terem diversas parceiras sexuais, a ser o conquistador e a buscar aventuras fora da vida conjugal. E isso, aos olhos da sociedade, até parece normal. Enquanto isso, as mulheres que traem são condenadas, principalmente se são mães vendo a sociedade julgá-las como um atentado à moral e à família e nesse pacote, recebem adjetivos impronunciáveis.

Algumas pessoas traem por se sentirem carentes, por autoafirmação, outras pela simples experiência excitante, enfim, teríamos vários argumentos para justificar. Mas afinal, uma traição deve ser perdoada? Deve relevar e seguir em frente?

Nesses longos anos de atendimentos como psicólogo clínico, pude acompanhar inúmeras situações que ocorreram traição. Na esmagadora maioria, o relacionamento passava ou por uma situação de crise (o que deixava o parceiro vulnerável) ou por uma insossa estabilidade. Gosto sempre de afirmar que quando ocorre a traição, obviamente alguém executa o ato propriamente dito, porém, aconteceu por um problema no relacionamento e este é constituído de duas pessoas, consequentemente, ambos são responsáveis. Em momento algum estou generalizando ou fazendo apologia a traição. Mas será que a partir deste ato não conseguiríamos reconstruir algo mais sólido, mais consistente? Afirmo que sim!
Já vi muitos relacionamentos se reestruturarem após uma traição, porém, muitas vezes os valores morais, religiosos, imposições sociais, medos em relação ao julgamento dos outros, são fatores que interferem diretamente nesta decisão.

Você perdoaria uma traição? (Foto iStock)

Creio que se há vontade de dar certo por ambas as partes, se há reconhecimento do erro, deve-se tentar buscar a verdadeira felicidade no relacionamento. Para isso, cito três aspectos extremamente importantes para lidar com este conflito:
Comunicação: quem sofreu a traição, deve expressar todos seus medos, suas angústias, suas dúvidas, sofrimentos, sem o receio de demonstrar suas fragilidades. Pedir acolhimento e tolerância ao parceiro, até atingir a segurança na relação. Para quem traiu é fundamental dizer o porquê, mesmo que para o parceiro essa "justificativa" seja surreal. Quando a justificativa não é claro, gera mais instabilidades, inseguranças e a sensação de que poderá ocorrer novamente. Resumindo, comunicação claro, honesta, verdadeira e despida de pudores.

Ter razão ou ser feliz?: Muitas pessoas ficam aprisionadas pelo medo de serem julgadas, dizendo que não é correto perdoar, mesmo que sintam muito amor. Ficam com medo e constrangimento do que irão ouvir dos pais, amigos, da madrinha, padrinho, do vizinho, porteiro, enfim, de todo o mundo. Para essas pessoas que esperam aceitação do mundo, eu digo: ninguém, a não ser você, saberá o que passa dentro de seu coração, portanto, vá ser feliz independente da percepção de terceiros, até porque a felicidade é individual, única, ela é só sua, só você saberá o caminho para conquistá-la, portanto, vá ser feliz!

Não remoer: não adianta dizer que perdoou e em qualquer pequena discussão usar o ato como um instrumento de ataque. É melhor terminar um relacionamento, ou buscar uma ajuda profissional para resolver esta questão, do que levar esta angústia adiante. Ficar relembrando o ato, a cena, fará com que o relacionamento fique preso ao passado e consequentemente interferirá na boa e honesta comunicação entre o casal.
Enfim,viemos para a vida com um único e maior propósito: ser feliz. Portanto, perdoar ou não perdoar, depende do que seu coração mandar. Se optar pelo perdão, mergulhe na relação e use o ato com instrumento de crescimento. Se o relacionamento já não estava tão bem assim, o amor não estava mais presente, vire a página e não perca seu tempo. Afinal, a fila anda.